Mais de um ano passado e a justiça em Portugal continua a não servir os cidadãos e as empresas.
Continua o órgão de soberania Tribunais a ser um mero serviço pouco mais do que administrativo, do Ministério da Justiça.
O que quer dizer que, numa boa medida, continua a miragem da verdadeira separação de poderes e independência dos tribunais.
Qual aldeia gaulesa, há um punhado de mulheres e de homens (juízes, pois claro!) que, fazendo das tripas coração, lá vão dando corpo ( e o corpo! E o resto!) ao desígnio constitucional da independência do poder judicial.
Ministros que terão nascido no dia de folga do distribuidor de inteligência, da nobreza de carácter e do sentido de Estado, apenas denotam capacidade para a demagogia baratucha, para a decisão baseada nos seus próprios fígados (maus fígados, ainda por cima!) e para a satisfação das clientelas.
No campo judiciário (o resto não vai melhor, infelizmente), em lugar da governação para o desenvolvimento, para a celeridade, para a simplificação (que não simplex da treta), para a eficiência e a eficácia, temos decisões sobre férias judiciais e "privilégios", mais uns remendos nuns quantos institutos jurídicos civis e muita preocupação com institutos criminais. Aqui sim!
Grandes procupações no campo criminal! Morderam-lhes (aos da mó de cima) as canelas e aqui d'el rei!
É isto que aos "senhores" governantes interessa! O próprio cabedal!
Os da Assembleia da República não são melhores.
Há uns tempos roubaram (desculpem a imprecisão técnica) roubaram o nosso dinheiro, com viagens-fantasma.
Sem consequências!
Agora, impedem o funcionamento da Assembleia da República, por falta de quorum, ou seja, por falta colectiva ao trabalho de um numeroso grupo de deputados.
Ora, com exemplos de cima desta natureza, com os ataques absurdos do Governo contra quase tudo e quase todos, com uma governação desastrada na implementação das políticas tomadas, esperam que "isto" funcione?
Continuo a pensar que melhores ou piores medidas todos os governos tomarão.
Faz parte da natureza humana. Errar.
Mas estou profundamente convicto de que as medidas deste Governo não encontram eco na sociedade, sobretudo por um motivo: A governação tem vindo a ser e continua a ser feita CONTRA as pessoas. O discurso é, em regra, agreste, agressivo e trauliteiro (veja-se no campo da Justiça, por exemplo).
Se houvesse da parte do Governo capacidade de comunicação com os cidadãos, por vezes apenas a manifestação de um pouco de respeito, unindo-os em torno de um desígnio colectivo, estou convicto de que teriam não só melhor aceitação como também cativariam o esforço e o empenhamento de todos e cada um na (re)construção deste país.
Tal como está e vai, alcança sobretudo a desmotivação e desmobilização colectivas.
É o divórcio. "Perdido por um, perdido por mil".
Vegeta-se; cumpre-se formalmente o trabalho; pensa-se à 2ª Feira na 6ª e espera-se que a semana passe depressa.
Depois? Depois logo se vê!
4 comentários:
Nem mais nem menos!
O que eu gostava Xavier, era de ter aquela poção mágica do druída, para poder partir os queixos a muitos ministros!
Gostei deste escrito , deste artigo de opinião.
penso assim também e olhe que, no quwe toca ao parágrafo em que diz. "Se houvesse da parte do Governo capacidade de comunicação com os cidadãos, por vezes apenas a manifestação de um pouco de respeito, unindo-os em torno de um desígnio colectivo, estou convicto de que teriam não só melhor aceitação como também cativariam o esforço e o empenhamento de todos e cada um na (re)construção deste país." - acho que isso toca também aos juízes.
tem de começar a haver capacidade de comunicação de trans mitir o que é a realidade, a nossa realidade.
sair dos nossos acntinhos, gabinetes e blofs e trazer aos outros o que realmente somos com todos os defeitos e virtudes, pois que somos tão de carne de osso como os restantes!
Tem razão Cleo,
Apesar do meu discurso neste blog poder ser interpretado como negativista (têm-me dito), a verdade é que este blog é uma espécie de alter ego, do tipo mr. hyde.
Significa isso que o dr. jekyll é um tipo que faz exactamente aqui lo que aponta: Trabalha!
Trabalho o mais e o melhor que posso!
Apesar das bocas, das asneiras, que por aqui vou escrevinhando para a desbunda mental (a chamada catarse ou desbunda higiénica), a verdade é que a minha vida real, dia a dia, é uma vida de luta e de entrega.
Faço-o por variadíssimas razões.
As mais impoprtantes são os meus filhos.
Também aqui por dois motivos, pelo menos: Pelo exemplo e para que eles possam herdar um país melhor, pelo menos no que de mim depende.
O problema é outro, agora: Vai sendo cada vez menor a capacidade de acreditar...
Excelentes comentários, o texto merecia! Subscrevo!!!
Reflexão lúcida sobre o país que temos, devido ao 'governo que não temos'.
A falta de capacidade de diálogo, de ponderar, de ter 'mentes abertas' destes ministros e PM calam-me o sorriso - que em mim é tão fluido - a vontade de entrega total a uma carreira (docente) que amo e que escolhi por vocação.
Não quero parecer 'velha do Restelo'... sou a favor das mudanças - nós somos mudança. É inerente à vida, ao pensamento, ao movimento das células - mas, como se ouvia numa canção de Sérgio Godinho, 'Para melhor está bem , está bem, para pior já basta assim'!
Estes membros do (des)governo deviam ser impedidos, em nome de um período de tréguas para os cidadãos respirarem, de pensarem em tomar medidas. Não trabalhem, não façam, não nada. Sairá asneira como até agora!
Deixei de crer. Mas continuo a querer!
Fffffffffff... (eu, a soprar...)
Ni
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