terça-feira, abril 10, 2007

DE COMO CADA VEZ MAIS GOSTO DOS SAPOS

Por algum motivo que não identifico, tenho-me mantido afastado desta espécie de blog.
É, talvez, a minha forma de alienação (no que ao blog concerne).
Por alguma razão, este blog foi sendo o depositário das minhas angústias enquanto cidadão político e nele fui escrevinhando aquilo que me parecia evidente sobre o Governo e aqueles que o integram.
Agora, e cada vez com maior frequência e assertividade, basta ler os jornais para se ver, nesta conjuntura, a verdadeira natureza dos males do país.
Diariamente, escreve-se nos jornais aquilo que bem poderia ser um post do excêntrico.
Deixou de haver motivo para dizer aqui aquilo que se antevia e que agora vem a público em cada pasquim.
Pelo menos até à próxima campanha aguda de propaganda e lixiviação orquestrada pela fandangagem do Governo, não me apetece falar dos ditos fulanoides.
É que dá-me náuseas.
Vómito!
Quanto não aprecio, muito mais!, o carácter de um cão, de um burrico, mesmo de um sapo!

De repente, uma pessoa percebe que vive 70, 80 anos.
E desses 70 ou 80 anos, com algum 'azar', apanha governos deste calibre durante anos e mais anos.
Os anos todos!
E percebe que a felicidade pessoal e colectiva se degrada, ainda mais, por acção deste e doutros governos, percebe que muita da infelicidade pessoal e colectiva advém de governação criminosa, de actuação política corrupta, de vivência viciada pela mão dos interesses subterrâneos.
Dependemos, todos nós "outros", da idiossincrasia dos interesses escusos da classe dominante e das suas corrupções.

De nada vale o empenhamento pessoal se, por via corrupta, uma pessoa de bem, uma empresa de bem, se vê afastada de um percurso conquistado a pulso, de um direito, em favor de um qualquer borrabotas bem apadrinhado.
De nada vale o tremendo esforço imposto a uma população já de si depauperada, quando as vias ínvias e corruptas (desde a mais pequena informação privilegiadora de um amigalhaço ao último dos assessores xuxões) sugam ao Estado (a todos nós) mais do que aquilo que se "poupa" pela via da imposição de sacrifícios.

Portugal é, continua a ser, e conjunturalmente por vezes é ainda mais, um país triste, de gente triste.
Triste e alienada.
Aliás, a alienação (v.g., entre muitos outros, pelo fenómeno do consumismo) é talvez a única forma de suportar este país.

Gente, também, iludida!
A ilusão de que, em cada sufrágio, vai mudar alguma coisa.

Como se vê, e a história prova à saciedade, só as moscas mudam!

Alienemo-nos irmãos...