- Ó Pereira, olha para isto: A Constituição de 1933 cabia, perfeitamente, no conceito de Constituição semântica formulado por K. Loewenstein, uma vez que o seu sentido literal é ultrapassado, esvaziado ou distorcido pela prática constitucional.
- Sim, toda a gente sabe isso... A Constituição não tinha nenhuma espécie de autenticidade na aplicação... e depois?
- É uma injustiça! Uma injustiça!!
- Ó Zé, nem eu te percebo, pá.
- Tanto trabalhinho a mudar tudo para que tudo fique na mesma e agora é que me dizem...??!
- Ai, Zé! Explica-te!
- ... e eu que gosto de ser original: A pouco e pouco, imposto passa a confisco, mais a subida das taxas moderadoras - que belo eufemismo! - na saúde, propinas na educação, consegui escamotear em tantas e tantas nomeações o princípio da legalidade e finjo que o Estado é de direito, finjo também que ele é social - até consegui enganar os velhinhos - , elevei a legitimidade democrática ao nível do melhor autismo, mantenho a justiça com rédea curta, que a pouco e pouco faz o que eu mando, a "independência" dos tribunais é uma miragem e cada vez mais coisa do Governo... tudo! Tudo!! Tanto trabalhinho a transformar a de 76 numa constituição semântica e vêm agora dizer-me que já houve alguém antes de mim que fez o mesmo??!!! Buuuáááááááááááááá
3 comentários:
Boa noite, Xavier.
Sobre o dia das mulheres...e as palavras que nesse dia lá escrevi, deixei uma data de coisas por dizer...mas foi de propósito. Concordo com o teu comentário, mas convem não esquecer as razões da luta que o transformaram nesse dia. Gosto de festas, de comemorações, mas com os anos fui festejando cada vez menos os dias institucionais. Como este, que acho que neste momento não passa disso mesmo. Mas o queijo pode sempre ser fromage, conquanto saiba a queijo!!!
Agora sobre o teu Excentrico...ao qual acho muita piada e aplaudo o humor de Bravo Bravo..
Apesar de lutar quase diariamente com sinais contrários, continuo a acreditar que vivo num estado de direito democrático. Continuo a acreditar na constituição como o topo da pirâmide de Kelsen ... e mesmo quando os sinais me dizem o contrário, inflicto, torneio e tento chegar ao sitio onde os lilases cheiram bem. Nem sempre consigo, às vezes empenho-me em missões impossíveis, mas também fui aprendendo a viver com a frustração.
Olha...uma boa semana para ti e muito obrigada por esta troca de ideias e alguns disparates que me permites.
Inté
maria
Mas é que... aqui, neste cenário descrito pelo xavier... não há lilases... e o cheiro, não é a eles!
Olá Cleo,
Pois não há...
eles vêm de outras paragens...
e visitam-me!
:)
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