sábado, abril 10, 2010

TRICOCÉFALOS

Não é muito frequente a combinação, em simultâneo, de três elementos destrutivos, a prazo, de qualquer sociedade:

1 - O poder ocupado por políticos escandalosamente incompetentes e ávidos de poder;

2 - Um discurso político desfasado da realidade e assente em propaganda;

3 - Um povo na sua maioria em estado de bovinidade atroz.

Historicamente, estes três elementos foram vistos em sociedades governadas por oligarquias comunistas, nazistas e fascistas.

E daí que os estalinismos, os nazismos e os mussolinismos do séc. XX tenham dado no que deram.

À escala do país e da actualidade e mutatis mutandis, a tentativa operada pelo partido e governo socialista no Portugal de hoje, embora apenas tentativa, insere-se naquela linha totalitária de operar em favor da oligarquia e seus interesses e dos seus satélites.

No entanto, de ordem prática, o mais grave é a incompetência generalizada (e se fosse apenas incompetência...!) desta canalha do partido socialista, incompetentes para governar com sentido de Estado e na defesa do Estado social de direito e do interesse público.

Só extremamente forçados pelas circunstâncias e porque começou a ser evidente a incompetência e a corrupção, foi esta mancha negra dita socialista cedendo e acabando por dar o dito por não dito, adiando os anunciados actos de delapidação do erário público decididos em favor dos interesses dos seus apaniguados.

Portugal vive uma época, infelizmente não rara, de incompetência e de charlatanismo político, de corrupção, compadrio e favorecimentos subterrâneos que saltam em cada esquina.

Não admira que Pedro Passos Coelho surja no discurso político como o salvador da pátria.

Será o país capaz de mudar?

Enquanto se olhar para um político como se de um D. Sebastião se tratasse, Portugal não avançará.

Porque o país não avança com D. Sebastiões, mas antes pela mão de uma população activa e proactiva, interessada, comprometida e cúmplice no cumprimento de um desígnio colectivo.

Uma população que queira ser feliz e lute activamente pela sua felicidade.

Um líder ajuda e pode fazer a diferença, mas não é tudo nem é absolutamente decisivo.

A ver vamos...

Entretanto, a tarefa imediata mais importante é devolver o tricocéfalo alibabá à sua gruta, devidamente acompanhado pela cáfila de tricocéfalozinhos...

3 comentários:

J disse...

Os corruptos oferecem sempre alguma coisita para manterem o poder, as sobras... Foram os magalhães, são os abonozitos e RSI que dão para uns maços de tabaco e umas cervejitas...
O povo vai andando assim com uns trocos, embebeda-se e esquece esta porcaria toda!
Os que querem fazer algo emigram.
Como refere no post infra, este País não tem nada para oferecer, principalmente aos jovens...
Todos estes que estão a terminar cursos superiores (a maior parte deles facilitados, semelhantes às Novas Oportunidades) para sustentar mais alguns parasitas das Universidades publicas. Nas privadas vendem os cursos por 350€ por mês, direito, engenharia civil, do papel, das abelhas, é só ter o €, qualquer analfabet tira um curso, as publicas em concorrencia seguem a formula.
Todos estes terão, mais tarde ou mais cedo que sair do Pais, para a c.civil, hotelaria, agricultura..
Neste País não há critérios,agora até se oferece o 12ºano e um portátil!!!
Mais tarde ou mais cedo a taxa de desemprego chega aos 30%.
A maior parte dos jovens licenciados (90%) está em casa dos pais, sem trabalho, sem emprego, sem perspectivas de futuro. Não sei no que isto vai dar...
Quando os pais tb começarem a perder os empregos... as reformas a serem cortadas, etc, se nao abandonarem o Pais a tempo, digo-lhe, vai haver muita fome no País.

xavier ieri disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
xavier ieri disse...

Caro J
Já há fome no país e creio que sempre houve.
Mas se nada se fizer para mudar este estado de coisas, mais fome haverá; Concordo.

A tendência será, estou convencido, a de ir vivendo iludindo a vida, com uma chico-espertice aqui, um desenrascanço ali...

Mas essa não me parece a melhor forma de transformar o país num país de alguma felicidade, de oportunidades para todos e de repartição dos encargos e dos rendimentos de uma forma justa e equilibrada.

A sociedade civil terá de reagir e, nela, serão os jovens a dizer a primeira e a última palavra.

A questão é "como fazê-lo?"

Creio que ninguém sabe.

Mas se houver massa crítica suficiente para tal, todos o saberão num dado momento.

Falar destas coisas segundo estas perspectivas é já um passo em frente nesse sentido.

Não nos esqueçamos que no princípio é a idéia!

É a partir da idéia que tudo depois acontece...