terça-feira, janeiro 10, 2006

ANTI-MATÉRIA

Li um dias destes algo sobre a anti-matéria.
Parece (sem querer ofender a respectiva ciência) que à matéria corresponde neste nosso universo uma contraposta antimatéria.
Parece também que se construiu até um equipamento específico para aquilatar dessa anti-matéria.
Tudo escusado. Digo eu. Há um 'case study' ao vivo e a cores (enfim, já muito pardacentas).
Basta olhar para Portugal e ver como, lenta mas paulatinamente, passa de matéria a anti-matéria.
Se isto a que assistimos não é um processo de extinção em curso, então não sei o que isso será.
Digo extinção por isto: Embora não creia que se extinga por completo, pois sempre permanecerá uma larga maioria em estado vegetativo a suportar o alto estilo de vida de uma pequena minoria, isso já não corresponde a uma vida normal, equilibrada, justa e partilhada de uma sociedade.
Portugal, de resto, evoluiu muito no sentido da anti-matéria: Andava meio mundo a enganar o outro meio; Agora anda todo o mundo a trabalhar para uma corja minoritária travestida de pessoas de bem.
Enquanto isso, andam por aí uns palhaços a fingir que sabem o sentido e o valor da palavra democracia com que enchem os dentes.
Incólumes e serenos.
Porquê?
Porque estão sentados no confortável cadeirão da "legitimidade democrática"!
É mais um aspecto da metamorfose.
Da matéria "legitimidade democrática" passa-se, tão serenamente que quase ninguém nota, à anti-matéria, ou seja, ao "autoritarismo democrático, democraticamente legitimado".
Todavia, há quem veja em tudo isto um copo meio cheio.
Outros vêm um copo meio vazio.
Eu, que vegeto, que rastejo, vejo o copo completamente vazio.
No entanto, o meu último pensamento vai para aqueles que verdadeiramente nada têm, nem sequer trabalho.
Poderíamos tentar encontrar os verdadeiros culpados desta situação, por exemplo, no Alaska.
Ou na Austrália.
Mas creio que nem uns nem outros terão culpas. Pelo menos, directamente.
O culpado poderia até ser o Ti' Manel das Lagariças, ali das Beiras.
Mas não.
Mesmo o Zezinho Mão-leve da Buraca não me parece ter culpas no cartório.
Aliás, porquê procurar longe se se sabe que quem governa (?) a coisa pública se senta em S. Bento e em cada uma das autarquias deste país?
Pois é: Ali estão os verdadeiros culpados.
Mas olhem para eles: Como se nada fosse.
Enchem a boca de democracia, comem-na ao pequeno almoço.
E a carneirada lá vai depositar o seu votozinho, o "grande poder do povo"(!!!).
Quando é que esta sociedade se organiza para exigir responsabilidades a quem tem verdadeiramente a responsabilidade pelo estado miserável deste país?

1 comentário:

Sónia Sousa Pereira disse...

A responsabilidade desmaterializou-se!!!

S.