quinta-feira, abril 19, 2012

INCOMPREENSÍVEL!!!

Apenas dois países NO MUNDO INTEIRO têm expectativa pior do que a portuguesa no tocante ao crescimento da economia.
(Crescimento é, neste contexto, um eufemismo para uma economia que para chegar ao nível do chão já tem que subir a um banco...)
Há algo de profundamente errado com este país, talvez com este povo, enquanto tal, pois individualmente parece que somos uns gajos porreiros... tirando uns filhos-de-puta que por aí andam...

Adiante...

O que verificamos é que a economia não funciona num país como o nosso, por motivos que se afigura ultrapassáveis:
O problema do sistema fical confiscatório, predador, gerador de incerteza e insegurança;
O problema do sistema de justiça inoperacional, por exemplo, pela sua anquilosidade adjectiva quanto ao cível e administrativo, e, por exemplo, ineficácia do Ministério Público quanto ao crime (ineficácia é também um eufemismo...)
O problema de um sistema administrativo burocrático, partidarizado, cheio como um ovo de pequenos-grandes poderes que atravancam e corrompem;
O problema da ausência de verdadeira actuação reguladora do mercado nas áreas da regulação.

Numa palavra: O problema da ausência de dirigentes capazes de identificar os problemas, identificar o desígnio nacional e operar a mudança.


Mas deixemos isso, pois o que pretendo é vomitar apenas isto:

Num primeiro momento deste governo, afigurava-se que as medidas tecnocratas e as contas de merceeiro do ministro das finanças faziam algum sentido, pois, por exemplo, os funcionários públicos são simplesmente, nessa lógica, despesa pública e, por outro lado, os pensionistas são apenas despesa para o sistema da segurança social.
Havia que cortar na despesa do orçamento.

No entanto, à medida que vão avançando mais medidas, todas no mesmo sentido e com os mesmos destinatários, verifica-se que são estes dois grupos, quem mais gravemente suporta os efeitos da crise e das medidas de extrema austeridade tomadas, aliás, duplamente agravados, em termos gerais como os demais portugueses e em termos especiais enquanto despesa a cortar.

Todavia, por mero exemplo, as parcerias público-privadas, correspondendo à maior falcatrua que Portugal já conheceu, efectuada com instrumentos formalmente válidos, constituem, e vai agravar-se exponencialmente a partir de 2014, a fonte do descalabro financeiro, o carrasco do orçamento, o coveiro do país.

E, no entanto, nada se faz quanto a essa despesa.

A questão é esta: Sendo as parcerias público-privadas fonte de despesa gravíssima para o orçamento, porque motivo é que, com os mesmos argumentos utilizados para suprimir e cortar salários e pensões, este governo não corta nessa outra despesa?

Não se compreende, nem nada relevante o justifica!!!

É que, cortando nos salários e pensões, lançam-se milhares senão milhões de pessoas para situações de miséria, de pobreza, de incapacidade de solver as suas dívidas, de tristeza, de angústia, de infelicidade.
É uma questão humana!!!

Todavia, se se cortassem os tremendos benefícios (remunerações do capital que alcançam 17%, sem riscos) que decorrem dos contratos muito bem mal feitos nas parcerias público-privadas, apenas eram atingidos os merdosos que tiveram como parceiros de crime de lesa-país os governantes filhos-de-puta que decidiram tais obras e assinaram tais contratos.

Como pode este governo ser tão insensível?

Verdadeiramente, é tudo farinha do mesmo saco: Um bando de cretinos, incapazes, incompetentes, oportunistas medrosos e merdosos!

E... não acontece nada neste país do faz de conta...

Nem sei se hei-de rir se hei-de chorar...

...é que não me apetece ficar indiferente e sinto-me de pés e mãos atados...

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