domingo, maio 16, 2010

UM POVO MENOR

Tenho evitado vir aqui, porque o vómito seria demasiado, excessivo, mesmo para um blog anónimo.

Com tanto filho-de-puta a fazer e decidir filho-da-putices, melhor é, por vezes, calar...

Lê-se agora em todo o lado aquilo que tenho aqui vindo a despejar nos últimos anos.

É como ter razão antes do tempo.

Era visível, para quem quisesse ver, claro está.

Na altura, parecia um discurso excessivo. E refiro-me não só ao governo e seus membros como ao comportamento social no geral.

Discurso excessivo, sim (e como dizer coisas fortes sem correr o riso do excesso?), mas um retrato assustadoramente real do país (mande-se a falsa modéstia às urtigas), do que somos e da classe política que temos, de quem nos (des)governa.

Se este governo é um verdadeiro vomitório, não o são menos os cidadãos em geral.

Portugal está num estado geral de bovinidade que não faz jus àquilo que nos ensinaram na escola: "Um grande povo que deu novos mundos ao mundo!!

Eu quero acreditar nisso tudo.

Mas onde está esse grandioso povo!???

Porque não se manifesta?

Porque não reage?

Que é feito da dinâmica social, das pessoas de bem, axiologicamente orientada ao interesse comum?

"-És um idealista, pá!!"
Eu sei...

E também sei que para determinadas acções colectivas, de um povo, é necessário massa suficiente, a chamada massa crítica.

E sei ainda que a mentalidade colectiva dos portugueses é maioritariamente chico-esperteira.

Durante anos e anos, talvez até uns séculos já, temos vindo a aprender a sobreviver na base da chico-espertice e do desenrascanço.

Isso mesmo é patente na classe política que temos e temos tido.

Veja-se este monte de esterco que é agora governo e que foi eleito com base na chico-espertice por outros tantos chicos-espertos.

Essa mentalidade colectiva, que se traduz noutra tanta falta de grandeza e de nobreza de carácter colectivo, não permite ao povo português a tomada da acção necessária e suficiente para, em quantidade e qualidade, estabelecer e sustentar a mudança.

A isso se chama a ausência de massa crítica.

O problema de Portugal é esse, na actual conjuntura histórica: O povo, o povo todo, é pequenino, mesquinho, menor.

Tem, pois, o que merece!

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