quinta-feira, outubro 15, 2009

PARALELISMOS DE CINISMO FEITOS

Na época já decandente do esclavagismo, ouviu-se este diálogo:

- E agora? Os escravos estão a morrer à fome!
- Bem, agora temos de sacar menores quantidades ao erário do império e canalizar alguma pecúnia para o caldo, para manter vivos estes estúpidos escravos!
- Sim, sim. Estúpidos, mas trabalhadores. Sem eles não há produção de pecúnia!
-Claro, claro! E sem pecúnia ficamos nós sem poder «arrecadar» o «nosso»!
- A propósito: Estou a pensar numas grandes obras públicas...
-Sim?
- Sim. Matamos dois coelhos com uma cajadada: Propiciamos o modo de continuarmos, nós e os nossos amigos, a «arrecadar» a pecúnia e justifica-se o esclavagismo pela impossibilidade de o suprimir face ao deficit, à baixa produtividade...
- E estes labregos continuarão a trabalhar a troco de uma malga de coisa nenhuma eh eh eh


Na época já decadente da democracia semi-presidencialista, ouve-se este diálogo:

-Bem, a situação social adquiriu foros políticos incontornáveis, pá!
-Pois é, já não podemos ignorar.
-Está na altura de dar a esses labregos uma pequenina porção... apenas o suficiente para que possa ser politicamente invocado e seja minimamente visível. Telefona aí ao gajo da segurança social...
-Bem, na verdade é preciso mantê-los vivos. Afinal são estes labregos que trabalham, pá!
- Poisé... a propósito: temos o nosso pessoal a reclamar, pá, que não há obras públicas onde possam sacar à grande, que não há cargos em empresas e serviços públicos fantasma! Nada!
-E o partido, pá! Sem isso o partido também não arrecada nada!
- Mas isto vai mudar: Vamos executar aquelas grandes obras públicas!
- Ora bem: Assim matamos dois coelhos com uma cajadada: Propiciamos o modo de continuarmos, nós, o nosso partido e os nossos amigos, a «arrecadar» a pecúnia e justifica-se o esclavagismo..., quer dizer, a manutenção do baixo nível de vida dos labregos, pela impossibilidade de o elevar face ao deficit, à baixa produtividade e essas coisas...
- E estes labregos continuarão a trabalhar a troco de uma malga de coisa nenhuma eh eh eh
- E nós a enriquecer ih ih ih

Sem comentários: