quinta-feira, dezembro 09, 2010

DESPERTAR É PRECISO

Na primeira noite eles aproximam-se e
colhem uma Flor do nosso jardim
     e não dizemos nada.


Na segunda noite, Já não se escondem;
pisam as flores, matam o nosso cão,
     e não dizemos nada.


Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.

Eduardo Alves da Costa, poeta fluminense, in "No Caminho com Maiakovski"

1 comentário:

Elsa Gonçalves disse...

Pois é, Xavier! A minha avó que não era poeta, mas entendida em adágios e frases feitas, dizia isto de outra maneira. Mas dizia!!