quarta-feira, dezembro 01, 2010

QUEM PÁRA ESTA LOCOMOTIVA DESGOVERNADA?

O Governo anunciou a criação de um instituto público (mais um) com vista a controlar a despesa do Estado por via, designadamente, das parcerias público-privadas.

As parcerias público-privadas são uma das formas institucionais mais descarada, e perniciosa, de assalto (vulgo roubalheira) do erário público pelo decisor político e seus capangas.

Toda a gente o sabe (excepto...  quase toda a gente, ou seja, os da cor, os distraídos, os desinteressados ...)!

E o Governo e demais gentalha política também o sabem, assim como as instituições europeias.

E tanto o sabem que lhe foi imposta a necessidade de controlar a despesa por essa via.

Várias questões me assaltam, para além do assalto de sou e somos alvo por banda desta cambada abjecta:

1 - De nada vale controlar as parcerias público-privadas, pelo simples motivo de o problema maior se situar a montante, ou seja, na própria decisão política;
      - Na verdade, é o decisor político que decide fazer obra e infelizmente ninguém controla (nem, e sobretudo, o Parlamento)  se tal obra é necessária ou, sendo, se é necessária a sua dimensão por vezes megalómana;
      - Ninguém controla o teor do contrato, as suas cláusulas que, em regra favorecem apenas e injustificadamente o co-contratante privado, numa ruinosa gestão dos dinheiros públicos;
      - Ninguém controla a taxa de juro de tais financiamentos, sempre astronómicos, muito acima do valor de mercado dos respectivos activos financeiros;

2 - A criação de um tal instituto serve ainda duas vertentes qual delas a mais perniciosa para o Estado, ou seja, todos nós;
      a) É mais uma instância de colocação de boys dos partidos políticos, pois são todos nomeados pelo Governo (pois então!), pagos a peso de ouro por nós, apenas para justificarem e darem aura de credibilidade à roubalheira descarada;
      b) Permitirá um discurso político de isenção da responsabilidade do decisor político;
      c) Constituirá uma instância de disseminação de responsabilidades dos intervenientes nas negociatas;
      d) Pelo que será apenas uma forma de branqueamento de uma actividade tão ruinosa para o país quanto lucrativa para os ladrões que se sentam nas cadeiras dos partidos políticos e de onde se levantam, sempre os mesmos, para ocupar cadeiras do Governo, das empresas que acabam por ser os parceiros privados nas parcerias público-privadas, nalguns bancos, e noutras tantas empresas que, sempre as mesmas, são as adjudicatárias das eternas e megalómanas obras públicas!

Por tudo isto e por muito mais que ainda um dia será dito por alguém com a cabeça entre os ombros, mais uma vez estamos a ser enganados, gravemente prejudicados, pelo poder lobistico-partidário legitimado (pelo voto ignorante) em poder político com funções governativas.


 

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