O MEU VÓMITO

Mesmo sem acusações, sem julgamentos e com o princípio in dubio pro reo, já não pode ser novidade para ninguém, distraídos incluídos, que o país é um atoleiro de pequenas, médias e grandes corrupções, quer ao nível do próprio Estado central e autáquico, quer nas instituições públicas, quer nas privadas (veja-se a banca e as autoridades reguladoras...).

O que muitos de nós (Medina Carreira, Saldanha Sanches, Maria José Morgado e outros que têm escrito publicamente sobre a matéria) sabiam, cheiravam e deduziam é agora uma evidência à vista de todos, que começou talvez com o caso Melancia e tem vindo ao longo dos anos a avolumar-se.

Infelizmente, a justiça quase sempre dá com os burrinhos na água...

Que as lógicas eleitoralistas ,os interesses privados e as negociatas obscuras e fraudulentas imperam realmente sobre todo o interesse público só os estúpidos, os distraídos por opção, os ingénuos ou os de cartão partidário ao peito à espera dos trinta dinheiros podem ignorar.

Existem algumas honrosas excepções no cenário de corrupção, mas, de tão insignificantes no número, não servem à caractectização do país.

Este é um país essencialmente corrupto.

E a variadíssimos níveis, desde a corrupção tipo filigrana até à corrupção estupidamente ostensiva, à vista de todos, travestida de legalidade, assente em pretensa legitimidade por via da legitimação do voto, descarada.

Cheguei a um ponto tal de indignação que me apeteceu vir aqui ao meu cantinho desabafar e dizer "estamos entregues a filhos de uma putativa, arrogantes, autoritários, trauliteiros, chicos-espertos e sabidolas!"

Mas não o farei.

Porque só estaremos entregues a filhos de putativa se e enquanto quisermos.

(Enquanto povo, quero eu dizer).

Por muito menos já se revolucionou muito mais no planeta.

É PRECISO NÃO ESQUECER QUE APEAR O PRÍNCIPE QUE NÃO SERVE O SEU POVO É DIREITO DOS CIDADÃOS.

E NEM SEMPRE O VOTO É ARMA SUFICIENTE.

TALVEZ POR ISSO HAJA ALGUMAS VOZES NA PRAÇA PÚBLICA A RECOMENDAR CUIDADOS, PORQUE O POVO PODE SAIR À RUA...