Curioso verificar que tantos e tantos portugueses vivem em bicos-de-pés.
Alapados à imagem que fazem de si próprios: Seres superiores ao seu semelhante, por uma qualquer banal razão divina, social, estatutária ou qualquer outra adrede.
Os juízes não são excepção.
E há uns quantos, tolos, que se julgam superiores a outros juízes (em abstracto, entenda-se; em concreto, cada um sabe de si).
Vá lá saber-se porquê!
É assim que os juízes, por exemplo, da jurisdição administrativa e fiscal e a própria jurisdição têm vindo a ser menorizados por alguns (uma parte que não sei se é significativa, quer qualitativamente quer quantitativamente) dos seus colegas dos tribunais judiciais.
Mas não passam de gente, essa sim, mal formada.
Aquela mesma que, na formação no CEJ e por mim observada em inúmeras vezes, falava com o pessoal administrativo da secretaria (não tanto aqui, pois precisavam deles) ou do bar do CEJ com uma sobranceria, uma soberba e uma superioridade que já aí denunciava a sua falta de princípios, de carácter e de personalidade para o exercício da judicatura.
Nessa matéria, nós portugueses continuamos com os horizontes ao nível do próprio umbigo.
Andam "todos" à procura de um pouco de sangue azul, seja no que for.
Esperam encontrar aí a diferenciação da sua consabida e autoproclamada grandeza.
Para os crentes, que Deus vos acompanhe.
Para os não crentes, que a razão vos ilumine.
Amén, para todos.
1 comentário:
Tem razão. Há de facto um preconceito nos juízes "judiciais"...Mas, o maior preconceito é a política de toca ou de galinheiro. Eu explico. Cada um fechado no seu gabinetezinho, abstraído do que se passa na secção de processos, almoça com uns pares e falam de realidades herméticas a que dão o nome de Direito. A realidade ultrapassa-os a milhas, mas eles (todos bonecos...) nem sequer notam, nem têm consciência. Em concreto. Dois juízos deste País funcionam cara-ou-coroa, um mal e outro bem. Os titulares são excelentes juízes para o Conselho. Recentemente, colocou-se a questão de colocar um funcionário do outro juízo naquele que estaria mais atrasado. O juíz da secção melhor, em apoio ao seu escrivão, deu razão a este, e sendo presidente do Tribunal disse ao Secretário para não avançar com a "história". Primeiro, o juiz em concreto não sabe o que é interesse público. Segundo, escuda-se numa toca para a qual não tem legitimidade, pois o que lhe incumbia era orientar superiormente os serviços. Terceiro, não sabe o que se passa fora de um tribunal, vivendo em galinheiro. Em concreto, a cidadã dessa comarca não tem culpa nem quer saber se o processo está no 1ª ou no 2º juízo, mas o Sr. Presidente do Tribunal não está para perceber. Não se ensina no CEJ. Ensina-se em casa, e essa falta a muita gente deste País que anda a pintar o seu sangue de azul. Mas percebe-se...
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