quinta-feira, fevereiro 09, 2012

A PERENIDADE DA MUDANÇA

Viver é evoluir em permanência.
Constantemente.
Microsegundo a microsegundo.

Quando a evolução é de matriz lenta, em ciclos que se aproxiam dos ciclos naturais de vida, a mudança é pouco notada.

Sobretudo, tal mudança é absorvida, reintegrada na evolução consabida, constante e necessária.

Na vida!

Não é assim nos tempos que correm.

Os ciclos de mudança, de tão acelerados e próximos, permitem, à vista de um, vislumbrar o outro.

E, na comparação, identificam-se claramente os sinais da mudança, do velho e do novo paradigma.

Nada de novo.

Evoluções de síncope e clivagens ocorreram, seguramente, em todas as épocas e em todas as civilizações.

Então o que há de novo?

Há essencialmente uma sociedade de consumo.

As pessoas são o que consomem.

E são enquanto consomem.

Quem não consome não existe.

O consumo é a medida de todas as coisas.

E a sociedade de consumo não descansa nem desiste de nos lembrar isso mesmo, todos os dias.

Quando uma evolução rápida põe em causa a sociedade de consumo, as pessoas ficam baratinadas.

De repente descobrem que os peixes afinal vêm do mar, as galinhas, do galinheiro, os tomates, da horta.

E não das prateleiras de um qualquer supermercado.

De repente, o sistema capitalista, mercantilista, de consumo em massa, apresenta todas as suas fragilidades.

Tão frágil quanto as pobres almas dos seres humanos, expostos aos elementos da natureza que não controlam, por mais que que se convençam do contrário.

Vivemos numa época de grandes e profundas mudanças:

A sociedade de consumo aproxima-se do seu esgotamento.

A natureza impõe a sua vontade, com total desprezo pela evolução darwiniana, transformando os seres humanos e demais viventes em meras bolas de pingue-pongue num jogo maluco com um qualquer deus desvairado.

Creio que pouco há a fazer que não seja viver o dia a dia da forma mais prazenteira possível.

E deixar assentar a poeira.

talvez assim possamos descansar...

2 comentários:

Elsa Gonçalves disse...

esse baixar de braços, essa cara contra o vento, com olho meio aberto a ver se a poeira assenta, parece-me pouco remédio para tão grande mal. descansar é de facto o que mais me apetece ... ando exaurida oom tanto "crescimento". Subscrevo a tua reflexão e só me estou a armar porque odeio ser derrotada, porque é mesmo paz o que quero, sabendo bem que os momentos não são de paz, nem de bem estar. Assim se vai ... Bj Xavier.

xavier ieri disse...

Olá maria,
Não creio ser derrota ou baixar de braços.
Será apenas a inteligência emocional a funcionar como escudo imunológico.
É a defesa ou preservação de uma certa sanidade.
blá blá bláá´´.....aarrghhhhhh

tenho ido, de quando em vez, por montes e vales e pela beira-mar, com o moleskine, os pincéis e a caixa das aguarelas e, simplesmente, estabeleço diálogos com a natureza... puro deleite

e no entanto...

não é raro estar no cais como quem parte e olhar o mar como quem fica...