quinta-feira, junho 09, 2011

MAR ABERTO

Olá AC.
Em vez de responder na caixa de comentários ao post anterior, resolvi responder com um post.

Esta conversa, iniciada na caixa de comentários, leva-nos a uma plataforma mais profunda e séria.



Não sei se a quero abordar aqui e desta forma, mas... respigo, pelo menos, algumas ideias.


Para quem tem lido as baboseiras que tenho vindo aqui a escrever desde há 2 ou 3 anos a esta parte, sabe que é minha opinião que o actual sistema político-partidário e também o seu modo de financiamento é o verdadeiro alfobre da corrupção em Portugal (apenas o alfobre, já que as sementes são outras - natureza humana + ausência de valores, entre outras - e não vão ser aqui abordadas).


Entendo que nenhum dos partidos políticos portugueses no actual enquadramento político-partidário é capaz de responder aos desafios deste velho e envelhecido país.


Não, sem que, outro tanto, se mudem (como?) as mentalidades, pelo menos.


Vejamos.


O PCP vive historicamente noutra galáxia, nem valendo a pena tentar a "reabilitação". Restam as pessoas, dirigentes e militantes, pela fidelidade canina às ideias ou ideologia (que eu rejeito) e aos valores (que eu abraço), pois sempre se me afiguram pessoas mais honestas que as demais integrantes de outros partidos políticos.


O Bloco de Esquerda é, como dizia a Maria José Nogueira Pinto e agora se provou, "uma espuma...".


O PS é, no poder ou na oposição, o que mais boys mantém, a todo o tempo, na Administração pública, com grande vantagem de ser interligado por um forte plasma chamado maçonaria.


Ideologicamente não se sabe o que é, pois será o que a cabeça dos seus dirigentes for.


Do meu ponto de vista é um poço de corrupção de alto nível, muito para além da anquilosada forma de corrupção do “toma lá dinheiro e dá-me cá o respectivo favor” mais própria da corrupção de baixo nível do tipo "sucatas".


O PSD, a uma escala menor, padece dos mesmos problemas, embora a sua definição ideológica seja mais nítida.


O CDS-PP, que poderia parecer um partido de uma direita “direita” também já não sabe o que é ideologicamente, abraçando, para sobreviver, causas, discursos e temas que por vezes são tipicamente de partidos de esquerda.


Tão corruptos como quaisquer outros, mas longe dos meios ao alcance de um PS ou de um PSD, aproveitam a qualidade de franja para alcançar o poder à boleia do PSD, em regra.


Afinal, onde está a diferença?


Nas pessoas!


Simplesmente nas pessoas, nas suas qualidades pessoais, nas suas capacidades de liderança, na capacidade e na vontade de impor valores às suas hostes, à governação, e servir de exemplo ao país.


Problema: Quando aparece um “papalvo” destes (passe o sarcasmo) é simplesmente cilindrado, mastigado e cuspido pelo sistema, pela mentalidade chico-esperteira que integra cada um dos cidadãos portugueses e que nos partidos políticos tem expressão máxima, pelas oportunidades que as condições político-partidárias favorecem.


Exemplo: Passos Coelho ensaiou, aqui e ali, um discurso de alguma verdade, chamando os bois pelos nomes, comedindo-se um pouco, pontualmente, na demagogia.


A sensação era a de que estava a ser parvo e pouco sagaz politicamente.


Nós não estamos habituados à verdade e aos valores éticos, cívicos.


Axiologicamente estamos numa espécie de pré-história da vivência da liberdade responsável numa sociedade que afinal é, cada vez mais, interdependente, quer relativamente aos Estados, quer às empresas quer, e sobretudo, aos indivíduos, às pessoas elas próprias.


Na verdade, pese embora a actual tendência para uma espécie de isolamento pessoal que as novas vivências sociais virtuais preconizam, afigura-se que estamos, mais do que nunca, socialmente todos mais dependentes uns dos outros.


Nem que seja para distribuir uma sopa quente aos sem-abrigo, aos deserdados da vida, aos confiscados pelo Estado, aos abatidos pelo sistema canibalista em que nos vamos transformando.

É o descrédito total?


Esta cambada politiqueira que enxameia os partidos políticos “são todos iguais”?


Serão.


Mas eu quero acreditar que alguém, algures, fará a diferença, pelas suas qualidades pessoais, e imporá uma nova ordem, um novo estilo, uma nova forma de governação mais vertical, mais honesta, mais transparente, mais verdadeira.


Matéria de fé, como se vê.


Mas, como diz o outro: A fé é que nos salva!


E digo eu: A esperança é que nos alimenta!


Espero, sinceramente, não morrer de fome…

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem, a verdade é que já em 2008 aqui no excêntrico escrevia-se isto, com sua licença:

Quarta-feira, Novembro 19, 2008


MENTE CAPTO
CAPTO A MENTE
DO MENTE
CAPTO
MINISTRO-PRIMEIRO QUE MENTE
DE CORPO E ALMA
MENTE COMPLETA
MENTE!
E DE TÃO PUNGENTE
PARECE MENTIRA SINCERA
MENTE!
IMPUNE
MENTE!
INDECENTE
MENTE!
ETERNA
MENTE?

http://ex-centrico.blogspot.com/2008/11/mente-capto.html