Olá AC.
Em vez de responder na caixa de comentários ao post anterior, resolvi responder com um post.
Esta conversa, iniciada na caixa de comentários, leva-nos a uma plataforma mais profunda e séria.
Não sei se a quero abordar aqui e desta forma, mas... respigo, pelo menos, algumas ideias.
Para quem tem lido as baboseiras que tenho vindo aqui a escrever desde há 2 ou 3 anos a esta parte, sabe que é minha opinião que o actual sistema político-partidário e também o seu modo de financiamento é o verdadeiro alfobre da corrupção em Portugal (apenas o alfobre, já que as sementes são outras - natureza humana + ausência de valores, entre outras - e não vão ser aqui abordadas).
Entendo que nenhum dos partidos políticos portugueses no actual enquadramento político-partidário é capaz de responder aos desafios deste velho e envelhecido país.
Não, sem que, outro tanto, se mudem (como?) as mentalidades, pelo menos.
Vejamos.
O PCP vive historicamente noutra galáxia, nem valendo a pena tentar a "reabilitação". Restam as pessoas, dirigentes e militantes, pela fidelidade canina às ideias ou ideologia (que eu rejeito) e aos valores (que eu abraço), pois sempre se me afiguram pessoas mais honestas que as demais integrantes de outros partidos políticos.
O Bloco de Esquerda é, como dizia a Maria José Nogueira Pinto e agora se provou, "uma espuma...".
O PS é, no poder ou na oposição, o que mais boys mantém, a todo o tempo, na Administração pública, com grande vantagem de ser interligado por um forte plasma chamado maçonaria.
Ideologicamente não se sabe o que é, pois será o que a cabeça dos seus dirigentes for.
Do meu ponto de vista é um poço de corrupção de alto nível, muito para além da anquilosada forma de corrupção do “toma lá dinheiro e dá-me cá o respectivo favor” mais própria da corrupção de baixo nível do tipo "sucatas".
O PSD, a uma escala menor, padece dos mesmos problemas, embora a sua definição ideológica seja mais nítida.
O CDS-PP, que poderia parecer um partido de uma direita “direita” também já não sabe o que é ideologicamente, abraçando, para sobreviver, causas, discursos e temas que por vezes são tipicamente de partidos de esquerda.
Tão corruptos como quaisquer outros, mas longe dos meios ao alcance de um PS ou de um PSD, aproveitam a qualidade de franja para alcançar o poder à boleia do PSD, em regra.
Afinal, onde está a diferença?
Nas pessoas!
Simplesmente nas pessoas, nas suas qualidades pessoais, nas suas capacidades de liderança, na capacidade e na vontade de impor valores às suas hostes, à governação, e servir de exemplo ao país.
Problema: Quando aparece um “papalvo” destes (passe o sarcasmo) é simplesmente cilindrado, mastigado e cuspido pelo sistema, pela mentalidade chico-esperteira que integra cada um dos cidadãos portugueses e que nos partidos políticos tem expressão máxima, pelas oportunidades que as condições político-partidárias favorecem.
Exemplo: Passos Coelho ensaiou, aqui e ali, um discurso de alguma verdade, chamando os bois pelos nomes, comedindo-se um pouco, pontualmente, na demagogia.
A sensação era a de que estava a ser parvo e pouco sagaz politicamente.
Nós não estamos habituados à verdade e aos valores éticos, cívicos.
Axiologicamente estamos numa espécie de pré-história da vivência da liberdade responsável numa sociedade que afinal é, cada vez mais, interdependente, quer relativamente aos Estados, quer às empresas quer, e sobretudo, aos indivíduos, às pessoas elas próprias.
Na verdade, pese embora a actual tendência para uma espécie de isolamento pessoal que as novas vivências sociais virtuais preconizam, afigura-se que estamos, mais do que nunca, socialmente todos mais dependentes uns dos outros.
Nem que seja para distribuir uma sopa quente aos sem-abrigo, aos deserdados da vida, aos confiscados pelo Estado, aos abatidos pelo sistema canibalista em que nos vamos transformando.
É o descrédito total?
Esta cambada politiqueira que enxameia os partidos políticos “são todos iguais”?
Serão.
Mas eu quero acreditar que alguém, algures, fará a diferença, pelas suas qualidades pessoais, e imporá uma nova ordem, um novo estilo, uma nova forma de governação mais vertical, mais honesta, mais transparente, mais verdadeira.
Matéria de fé, como se vê.
Mas, como diz o outro: A fé é que nos salva!
E digo eu: A esperança é que nos alimenta!
Espero, sinceramente, não morrer de fome…
1 comentário:
Bem, a verdade é que já em 2008 aqui no excêntrico escrevia-se isto, com sua licença:
Quarta-feira, Novembro 19, 2008
MENTE CAPTO
CAPTO A MENTE
DO MENTE
CAPTO
MINISTRO-PRIMEIRO QUE MENTE
DE CORPO E ALMA
MENTE COMPLETA
MENTE!
E DE TÃO PUNGENTE
PARECE MENTIRA SINCERA
MENTE!
IMPUNE
MENTE!
INDECENTE
MENTE!
ETERNA
MENTE?
http://ex-centrico.blogspot.com/2008/11/mente-capto.html
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