Subtil
O tempo.
A leve brisa no silêncio
dos afazeres longínquos.
Perdido no nada
à espera de nada
à espera do nada.
Com tudo para ser.
E sou.
É o nada que me preenche os dias.
O nada cósmico
feito das partículas atómicas do meu ser pulsante.
Dos nossos "ser".
O nada da espiral sem fim,
volátil,
instantânea,
que é sem ser.
A existência é dinâmica.
A existência é uma dinâmica.
Volto à brisa suave.
Envolto na brisa suave
solto os sentidos à natureza.
O sentido cósmico do ser
assola-me.
Invade-me.
Pacifica-me.
Não há referências cósmicas.
Para ser
inventámos Deus.
Tal como para ter se inventou o dinheiro.
E somos?
E sendo, sabemos nós o que somos?
E, sendo, saberemos ser o que somos?
Para onde vai o que somos depois de deixarmos de ser o que somos?
Ser ou não ser.
É a aparente, eterna, cósmica questão.
Somos nada.
Seremos nada
em direcção ao nada.
Entretanto, tudo acontece.
Um tudo fugaz.
Um tudo universal e fugaz.
Um tudo maravilhoso, universal e fugaz.
Um tudo trágico.
Um tudo-nada!
xavier
21AGO2009
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