... que é também o balanço da década.
... que é também o balanço do século e dos séculos.
... que é também o balanço da nossa existência enquanto país!
Um país, com excepções que só confirmam a regra, desde sempre tacanho, mesquinho e corrupto.
"O estado da nossa decadência é profundo e as circunstâncias envolventes são complexas.
Os que têm surgido vêm apenas para ganhar eleições,
promover-se e repartir vantagens pelos amigos
e pelos arrivistas de sempre.
Usam sem escrúpulos sofismas que só retardam a compreensão das coisas
e dificultam a aplicação das decisões essenciais.
Montam circos atraentes para impressionar,
acenam com facilidades que não existem e
prometem um amanhã que nunca chegará.
Servem-se e servem outros.
É quase tudo."
(Medina Carreira, in Público de 13/06/2008)
quarta-feira, dezembro 31, 2008
quinta-feira, dezembro 04, 2008
TITANIC SYNDROM
O navio estava a pique.
Até os botes salva-vidas estavam a meter água.
E eis que o primeiro-naufragador se agarra a um pedacinho de madeira que por ali passava, insignificante... assim parecia...
No entanto, o primeiro-naufragador não se continha no elogio:
- "Sinto que podemos esperar continuar a flutuar"
-"sinto até - é uma certeza - que este pedacinho de madeira se irá erguer e levantará voo, qual avião!"
-"Marinhagem: O ano que aí vem trará melhores condições de vida para todos vós: passarão de meia sardinha semanal a sardinha e meia!"
-"Admirável este pequeno pedaço de madeira, pá!"
O naufragador da economia, com o característico ar aparvalhado, entendia:
-"O pedacito de madeira não só flutua como os seus potentes motores de milhões de cavalos são uma garantia de flutuabilidade, tanto mais que a maior parte da marinhagem são grandes remadores e contentam-se com uma ração de meia sardinha por semana.
O naufragador das obras públicas, de "jamais!" em "jamais!", pulava de contentamento:
-"A marinhagem pode muito bem comer as espinhas da meia sardinha semanal e pagar com o lombito da dita as obras que os meus compadres esperam que se façam. Senão, para que é que serve a marinhagem?"
A naufragadora da educação, padecendo da terrível doença do autismo político, dizia apenas:
-"Não respondo a essa pergunta!"
O naufragador das finanças entendeu que os lombitos da meia sardinha semanal da marinhagem também servia para não deixar afundar um banco que se assemelhava a uma máquina de lavar do caimão e outros jacarés...
Dos restantes naufragadores não reza a estória...
Até os botes salva-vidas estavam a meter água.
E eis que o primeiro-naufragador se agarra a um pedacinho de madeira que por ali passava, insignificante... assim parecia...
No entanto, o primeiro-naufragador não se continha no elogio:
- "Sinto que podemos esperar continuar a flutuar"
-"sinto até - é uma certeza - que este pedacinho de madeira se irá erguer e levantará voo, qual avião!"
-"Marinhagem: O ano que aí vem trará melhores condições de vida para todos vós: passarão de meia sardinha semanal a sardinha e meia!"
-"Admirável este pequeno pedaço de madeira, pá!"
O naufragador da economia, com o característico ar aparvalhado, entendia:
-"O pedacito de madeira não só flutua como os seus potentes motores de milhões de cavalos são uma garantia de flutuabilidade, tanto mais que a maior parte da marinhagem são grandes remadores e contentam-se com uma ração de meia sardinha por semana.
O naufragador das obras públicas, de "jamais!" em "jamais!", pulava de contentamento:
-"A marinhagem pode muito bem comer as espinhas da meia sardinha semanal e pagar com o lombito da dita as obras que os meus compadres esperam que se façam. Senão, para que é que serve a marinhagem?"
A naufragadora da educação, padecendo da terrível doença do autismo político, dizia apenas:
-"Não respondo a essa pergunta!"
O naufragador das finanças entendeu que os lombitos da meia sardinha semanal da marinhagem também servia para não deixar afundar um banco que se assemelhava a uma máquina de lavar do caimão e outros jacarés...
Dos restantes naufragadores não reza a estória...
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