quinta-feira, março 30, 2006

SIMPLEXIFICAÇÃO

- Fachavor, nome!
- Albertix Costix.
- Ah! sôrmnistro! Então hoje veio ao nosso hospital!
- É verdade. Venho à consulta de psiquiatria.
- Ah! Mas para o sôrmnistro não é aqui.
- Ah não?
- Não. Quando a incapacidade é pública e notória, enviam-se os pacientes directamente para o hospício.
- Como disse?
- São ordens! É a nova desburocratização. Evitam-se os passos inúteis, percebe?
- Mas... é inadmissível!!!
- Não, não. É simplex!

SIMPLEXMENTE

-Ó Zéideiafix.
- Diz, Pereirex.
- Ando preocupado com o simplex.
- Quem ? O Albertix?
- Não. O programa simplex.
- Ah! Então porquê?
- ...é o sufixo...
- !? sufixo?!
- Sim, parece-me instável.
- Quem, o Fernandix?
- Gaita, não! O sufixo, o "ex" de simplex!
- Ai Pereirex, desembucha de uma vex, digo, de uma vez!
- Ó Zéideiafix, tenho medo que ele teime em querer ser prefixo...
- GGrrunnhhhnnhnhnhn...
- Espera! Espera! Já viste se o simplex perde o sufixo para prefixo de segurança? Fica ex-segurança... e depois...
- GGRrrrnnhnhnh cof cof cof....

quarta-feira, março 29, 2006

QUESTÃO SOCRÁTICA: REMODELO OU NÃO REMODELO?

-Ó Zé, ZE´!
- Que excitação! Diz lá Alberto !
- 'Tou farto de acusações gratuitas! Repara que nós os políticos temos sido alvo de enormes acusações gratuitas! GRATUITAS!!
- É verdade! Uns energúmenos...
- Tenho a solução!
- Óptimo! Qual é?
- Acabar com a gratuitidade! É simples: é só implementar uma taxa pesada a pagar por quem pretenda apresentar queixa contra ou denunciar um político!! Que tal?
- Ó Alber... (oh não!) As tuas soluções Alberto...!!! Ó f*#"=&%cumC"^~"/+*! (isto não me está a acontecer...)

BORREGOS E OUTROS TORDOS

- Com borregos?! Queres tu dizer... borregos e louras..?
- Mais: quero dizer juízes!
- Ó Zé, achas os juízes uns borregos?
- Na verdade... não acho. Mas comportam-se como tal.
- Como assim?
- Ora, como assim, Pereira?! Os juízes têm aquela coisa da "dignidade", a "posição", o "cargo", a "postura", a "respeitabilidade", a "titularidade de órgão de soberania", tudo muito bonito, mas que acabam por ser formas travestidas de borreguidade, o que só nos convém. Vê lá tu se nós tivemos algum pejo em dizer que eles eram uns malandros que só queriam férias? Ou em alimentar constantemente a idéia de que a justiça está de rastos por culpa deles?
- Pois...
- Vê lá se nós temos pruridos ao tentar criar um foro especial para nós, nas barbas da carneirada, e se viremos a ter algum melindre quando decidirmos controlar os tribunais que realmente decidem, os superiores?
- Pois...
- Pois é Pereira, os tipos estão tolhidinhos, atados de pés e mãos à sua própria idéia de grande dignidade! Estão ali. São um alvo fixo. Caem que nem tordos... Dignos, eheheheheh, mas tordos! Borregos! Percebes, Pereira?
- Pois...

segunda-feira, março 27, 2006

O PASTOR

-"Não se é líder batendo na cabeça das pessoas - isso é ataque, não é liderança "!
- Ó Pereira, quem é que disse semelhante disparate?
- Diz aqui Zé: Foi o Eisenhower!
- Pois... mas o Havelock Ellis disse também que "Para se ser um líder de homens é preciso virar-lhes as costas"! Essa é que é!!
- Ó Zé, a idéia de virar-lhes as costas... parece-me... pois...
- Eu gosto! ... mas... ouve esta: "A liderança é a capacidade de conseguir que as pessoas façam o que não querem fazer e gostem de o fazer". Do Harry Truman. Percebes Pereira? Esta sim, é a que eu adopto! Funciona bem com borregos...

quinta-feira, março 23, 2006

MEDIDAS DE ATAQUE À JUSTIÇA, perdão, À MOROSIDADE NA JUSTIÇA

- Olha-me pr'a isto, ó Zé.
- Diz lá, Alberto.
- "O Governo vai substituir as comarcas por uma unidade de referência mais ampla, uma proposta incluída na revisão do actual mapa dos tribunais que deverá estar pronto no final do ano, disse hoje o ministro da Justiça"!!! É inacreditável como estes jornalistas deturpam as coisas!
- Na verdade, há algo de estranho... mas não consigo ver...
- O que eu disse foi: "O Governo vai substituir nas comarcas a unidade de referência por uma mais ampla: Em vez do quilo vai passar a ser usado o metro cúbico no cálculo das pendências processuais por juiz".

terça-feira, março 21, 2006

GATO-SAPATO

- Tenho de reconhecer que desta vez... sim senhor, caro Alberto!
- Ó Costa, não fui eu. Mérito do Zé.
- A revisão do mapa judiciário vai "permitir responder a problemas de insuficiência de meios humanos através de um ajustamento das respostas institucionais às áreas onde a procura realmente se concentra", sim senhor...!
- 'Tá bem visto, num 'tá?
- 'Tá, pois! Com' é qu' eu nunca pensei nisso? Sendo inamovíveis, só resta uma solução: Criar um espaço judicial dentro do qual não seja possível colocar a questão da inamobibilidade! Eh, eh, eh...
- Vão ser estas as bases do que me atrevo já a apelidar de "juiz-bombeiro". Ih, ih, ih...
- Eu chamo-lhes... baratas tontas... Ih, ih, ih, ih, ih...

quarta-feira, março 15, 2006

PANDEMÊNCIA GOVERNATIVA

- Alberto! (...) Albeeerto!!
-(*)
- ALBERTO!!!
- Chiça Zé, até me assustei, pá! Que é que se passa?
- Ó Alberto, é inadmissível! Inadmissível!! Olha para isto: Diz aqui um daqueles... fulanitos da justiça... um tal... ah! está aqui: Afonso! Diz ele: "Calunia-se a magistratura acusando-a de «preguiçosa, negligente, incompetente, prepotente, responsável pela ineficácia do sistema»".
- Sim, Zé, e depois?
- Depois?! DEPOIS?! O que é que eu disse? Não disse que também os acusasses de serem desleixados, baixinhos uns, altos outros, gordinhos, magritos, cabeludos, carecas, culpados pela sopa fria, a doença dos pezinhos, a incompetência da oposição, o joelho do mantorras e a apatia do sporting? hã? HÃ?!

domingo, março 12, 2006

AFINAL HAVIA OUTRA

- Ó Pereira, olha para isto: A Constituição de 1933 cabia, perfeitamente, no conceito de Constituição semântica formulado por K. Loewenstein, uma vez que o seu sentido literal é ultrapassado, esvaziado ou distorcido pela prática constitucional.
- Sim, toda a gente sabe isso... A Constituição não tinha nenhuma espécie de autenticidade na aplicação... e depois?
- É uma injustiça! Uma injustiça!!
- Ó Zé, nem eu te percebo, pá.
- Tanto trabalhinho a mudar tudo para que tudo fique na mesma e agora é que me dizem...??!
- Ai, Zé! Explica-te!
- ... e eu que gosto de ser original: A pouco e pouco, imposto passa a confisco, mais a subida das taxas moderadoras - que belo eufemismo! - na saúde, propinas na educação, consegui escamotear em tantas e tantas nomeações o princípio da legalidade e finjo que o Estado é de direito, finjo também que ele é social - até consegui enganar os velhinhos - , elevei a legitimidade democrática ao nível do melhor autismo, mantenho a justiça com rédea curta, que a pouco e pouco faz o que eu mando, a "independência" dos tribunais é uma miragem e cada vez mais coisa do Governo... tudo! Tudo!! Tanto trabalhinho a transformar a de 76 numa constituição semântica e vêm agora dizer-me que já houve alguém antes de mim que fez o mesmo??!!! Buuuáááááááááááááá

terça-feira, março 07, 2006

UNIDADE DE RESPOSTA TÁCTICA NO SEIO DA PELÍCIA JEDICIÁRIA

Trriiiiimmmmm
- 'Tou. Pelícia jediciária. Fachavore.
- Olhe daqui é do gabinete do mnistro da jestiça. Desapareceu o pisa-papéis do senhor mnistro. Pode mandar cá o piquete?
- Muito bem, vou transmitir, nomeadamente ao chefe.
- Chefe: bbsscchhiisssbcbsshsicbsbsicshsc!
- Ena pá! É melhor falar com o Director!
- Senhor director: bschsiibcsshciisshcbciisbcsh!
- Ulálá! É grave!
- Ó senhor director, não será melhor enviar a nova equipa onde pessoas particularmente competentes e treinadas dão apoio a operações onde os riscos e a perigosidade são importantes?
- Ó Gervásio, mas essa equipa só se deve utilizar, por exemplo, quando é preciso entrar em certos locais que oferecem características de perigosidade e de risco!
-Exactamente chefe! É o mnistério da jestiça, Chefe!!!

segunda-feira, março 06, 2006

'TOU QUE NEM POSSO!

- Estou impressionado! Im-pre-ssi-o-na-do! Impressionadíssimo!!!
- Bolas, Zé, desde que voltaste da Finlândia que andas assim... ninguém te atura!
- É que estou deveras impressionado!
- Sim, mas com quê, com quem?
- Bom, fui à Escola Bàsica de Ressu. Imagina tu, Pereira, que os tipos desconhecem o significado da palavra 'propina'! Vê tu! Propina!!!
- Chiça, pá, que atrasados...
- Mais: Imagina tu que desconhecem o conceito de 'dificuldades de aprendizagem'!
- Realmente, Zé, só visto! Ih ih ih! Calhando nem têm aulas suplementares...
- Mas há mais: Na Finlândia os melhores alunos "querem ser professores"! Imagina... Professores!!! Ih ih ih! E sabes porquê, Pereira?!
- (Ih ih ih!)
- Ser professor significa respeitabilidade social. AARRARAAAHHHHH AhAhAhAhAhAh!!!!!!
- Ih Ih Ih Ih !!! Eh Eh Eh Eh Eh UI UI Ah Ah Ah Ah!!!!

domingo, março 05, 2006

PAPAS E BOLOS

- Fernando, Alberto, Pereira... por favor, sentem-se. Obrigado por terem vindo a mais esta reunião.
- O que é agora? Aposto que o assunto é o... Freitas! 'Tá-se mesmo a ver que o tipo...
- Não, não, Fernando, a questão é outra. Como sabem, é minha opinião que o mais difícil está por fazer e o pior ainda está para vir.
- Pois... eu essa não percebi, ó Zé: Ora, se nós já esgotámos todas as soluções, como é que...?
- Precisamente!
- Precisamente? Ó Zé explica lá isso!
- "O mais difícil está por fazer", ou seja, durante os próximos três anos, fingir que governamos este barco sem hélice e sem leme, sem que ninguém se aperceba da deriva e do vazio!
- E "O pior ainda está para vir", isto é, o que fazer quando as clientelas se levantarem...
- O povo?
- Povo? Qual povo, Pereira, qual carapuça!? Tens de pensar como um gestor de empresas: Quem são os teus clientes? Percebes?
- Pois... sendo assim...! Mas... e o povo?
- Ah! Pereira, Pereira... O povo!! O povo? Papas e bolos, caraças, papas e bolos... e logo se calam!
- E é baratinho eh eh eh eh...

sábado, março 04, 2006

TO BE OR NOT TO BE

- Vamos manter secreta esta reunião. Ouviram?... Pereira... Alberto?
- Ok.
- Claro, Zé!
- Devo dizer-vos que, como o Pina disse, esta dos "tribunais de elite para gente por assim dizer de elite e tribunais 'comuns' para gente comum" é... sublime. Vamos agora definir a estratégia a seguir com vista à obtenção de um verdadeiro e real foro especial para nós... quer dizer, para os políticos...
- ... Nunca se sabe quando vem a fazer falta...
- Pois... Devemos agora prosseguir, Alberto, com a reforma da organização judiciária nos moldes já assentes...
- Mas olha que já nos toparam, pá. O Bruto até já escreveu algo sobre isso.
- Ó Alberto, às cabeças pensantes ninguém ouve e o povo é... tolo. Basta, na altura certa, umas quantas papas e bolos...
- Muito bem. Assentamos então, como objectivo político de curto/médio prazo, na defesa dos Tribunais das Relações e o Supremo Tribunal de Justiça passarem a ser compostos por Juízes nomeados preferencialmente ou totalmente pelo poder político, certo?
- Certo!
- Mas.. e os juízes? calam-se? ...Quer dizer, "consentem"?
- Humm!
- Pois...

quarta-feira, março 01, 2006

VALA-COMUM

- Ó Fernando, que bela maneira de arrumar de vez com os tipos: "Em Portugal, o espaço médio ocupado por funcionário é de 75 metros quadrados, enquanto que na União Europeia representa cerca de 25 metros quadrados, o que é revelador de alguma ineficiência".
- Caro José, faço o que posso...
- É pouco...
- Ó Alberto, é pouco?
- É.
- Mas olha que com isto já temos os funcionários públicos de gatas...
- É pouco... é... flat.
- Flat?!? Ó Alberto, mas então o que farias tu?
- Faria? não! Faço, farei e tenho vindo a fazer: tridimensionalidade!
- Ui, não me assustes... não me digas que as pobres vítimas são...
- Juízes e procuradores. A minha especialidade....
- Sim, mas... tridimensionalidade?

- Claro! o Fernando só fala em metros quadrados e eu... aposto na profundidade: Sete palmos de terra!!!